O Dia do Irmão é comemorado anualmente em 5 de setembro. Mas e quando além de irmão ou irmã, a pessoa divide com você a mesma empresa e os mesmos objetivos?
Evitar desentendimentos é crucial para que sócios e empresas não sejam prejudicados.
Isto é válido tanto para as grandes corporações como para as milhares de médias e pequenas empresas, sobretudo as familiares. Nestas últimas, as brigas são tantas que menos de 10% delas chegam à quarta geração.
Outro motivo que leva a problemas surge quando sócios querem se retirar da sociedade e vender a sua participação.
Também há casos de conflitos de agenda, onde os próprios sócios exercem atividades ou são sócios de negócios que concorrem com a própria empresa familiar. Muitos podem ficar espantados com isso, mas é mais comum do que se pensa.
Divergências em relação à estratégia empresarial podem levar ao desentendimento entre os sócios.
Uma solução é enumerar por exemplo o desenvolvimento de Protocolos Familiares.
Neles as famílias empresárias farão constar determinadas regras de jogo para assuntos importantes tais como: remuneração de familiares; critérios de ingresso de futuros herdeiros na empresa da família: critérios de distribuição de lucros: resolução de conflitos; etc.
A criação de Conselhos de Família e Conselhos Consultivos também seria a forma de envolver os familiares e os futuros herdeiros nas questões patrimoniais da família empresária, criando ambiente empresarial mais saudável.
Muitas empresas familiares sofrem um constante processo de descapitalização ao longo dos períodos em que os negócios estão indo bem.
Alguns sócios fazem uma distribuição de lucros sem levar em conta o planejamento empresarial.
Na maioria dos casos, falta uma política adequada voltada à repartição dos ganhos. De uma hora para outra a situação dos negócios pode se inverter levando a empresa a enfrentar dificuldades.
Os resultados operacionais começam a afetar o caixa. Os gestores são obrigados a recorrer às instituições financeiras para captar recursos. As elevadas taxas de juros começam a pesar cada vez mais no desempenho da empresa.
Para muitos empresários é uma situação nova ou há muito tempo não vivida.
O que resta fazer se a busca de recursos junto ao mercado se torna inviável?
Além das medidas clássicas de redução de custos, os sócios e gestores podem não querer capitalizar a empresa por meio da desmobilização de certos ativos e linhas de produtos.
Há a preferência pelo endividamento em relação à injeção de recursos pessoais por parte dos sócios. Esta prática é hipoteticamente simples quando estamos falando de uma empresa de um dono só.
Quando a empresa tem diversos sócios esta prática se torna mais difícil principalmente se o objetivo for manter a participação societária dos detentores do capital.
A alternativa mais simples de capitalização seria a desmobilização, enxugamento e readequação da empresa familiar.
Leia algumas dicas para mudar a relação e melhorar a sua empresa:
– agir racionalmente, mesmo sendo uma empresa familiar. Os números deverão orientar a tomada de decisões e não o histórico da empresa;
– não ter medo de parar com a fabricação de certas linhas de produtos menos rentáveis ou fechar unidades de negócios que estão no prejuízo;
– elaborar uma Política de Distribuição de Lucros mais adequada;
– constituir, caso não exista, um Conselho de Administração que acompanhe o desempenho econômico financeiro da empresa;
– preparar a família sobre a necessidade de uma eventual desmobilização de bens familiares para capitalizar os negócios da família;
O importante é fortalecer o bom senso e a maturidade. No final das contas, as empresas e negócios são conduzidas por seres humanos que têm a habilidade de se comunicar e se entender sobre divergências.
E que podem muito bem ser irmãos de sangue e para a vida toda! Pense nisso.